Aos poucos o Stark conquista a simpatia de veteranos usuários do jipe Troller

Aos poucos, o jipe Stark, fabricado em Santa Catarina, começa a conquistar a simpatia de jipeiros do sudeste e do centro-sul do país que até agora só se sentiam num veículo à sua altura quando dirigiam jipes Troller. Um dos que estão experimentando há alguns finais de semana o jipe destaca-se o executivo Renato Pavani, de São Paulo, cuja adesão ao modelo causou estranheza entre “trolleiros” veteranos.

Mais polêmica tende a ocorrer a partir da próxima segunda-feira, considerando-se que muitos donos de Troller cogitavam ontem, quinta-feira 3, de fazer um “test drive” com o Stark em Interlagos, na capital paulista. Até lá, a experiência que mais tem provocado os “trolleiros” é a de Pavani.

SÓ ELE SUBIU

Um dos mais ativos promotores de eventos “off road” de São Paulo, a acolhida que Pavani deu ao Stark passou a ser mencionada em diferentes áreas do país como aprovação e sinal de que o jipe foi mesmo lançado para concorrer com o Troller, beneficiando aos jipeiros através da maior oferta de opções e forçando as montadoras a pensar em redução de seus lucros.


No último final de semana, Pavani usou seu Stark, um amarelo dotado de pneus ‘35, ao longo da “Trilha da Pamonha”, onde a caravana enfrentou erosões e alguns atoleiros de média dificuldade. Aos olhos de amigos que ainda não haviam conhecido a performance do jipe catarinense, ele mostrou valentia.

“No final da trilha deu para perceber a potência do carro”, escreveu um jipeiro em grupo de discussão formado quase exclusivamente por donos – e defensores radicais – do Troller, estabelecendo margem para as mais variadas comparações entre os dois modelos.

Houve lugar onde somente o Stark subiu uma erosão. O jipe que estava imediatamente atrás dele, um Troller com pneus Mudzilla 33’, enfrentou muita dificuldade em subir. Por causa de alguns carros que estavam sem pneus apropriados para a lama, o grupo preferiu abortar a última subida, que terminou sendo referenciada como um grande obstáculo.

MAIS CONFORTO

Em plena trilha, conversando com outros jipeiros Pavani disse estar gostando bastante do Stark. Ele informou que o jipe oferece mais conforto do que o Troller. No seu caso, isto pode ter-se tornado possível graças a engenharia prótria: Pavani arrancou os bancos traseiros para obter maior espaço.

O dono que pensar em utilizar os bancos traseiros terminará deixando uma situação desconfortável para quem viajar neles. E também ficará sem espaço para levar qualquer bagagem. Outra coisa que chamou sua atenção foi o fato de que o carro não tem teto removível. Adota-lo é uma recomendação que Pavani resolveu transmitir à fabrica.

Sua idéia é persuadi-la a adotar o mesmo sistema do norte-americano Wangler. A parte da frente do teto do Wrangler é removível. Ainda segundo ele, os criadores da fábrica do Stark, a Tecnologia Automotiva Catarinense (TAC), estão pensando em fazer algo como o teto do Fiat Estilo.

HOMOCINÉTICA

A vivência com o novo veículo já ajudou Pavani a entender um problema que trolleiros haviam apontado no Stark. Trata-se do grande número de vezes em que, segundo depoimentos de outros usuários, o semi-eixo dianteiro, a chamada junta homicinética, do Stark, se quebrava em atoleiros pesados.

Instado a falar a respeito, Pavani admitiu que nas primeiras trilhas realmente estava com muito medo de que a peça se quebrasse, como havia acontecido com outros jipeiros, conforme lhe haviam dito alguns críticos do Stark. Rapidamente, porém, ele compreendeu o que ocorre. Segundo Pavani, o Stark esterça muito mais do que deveria. Quando isto ocorre, é possível que a homocinética se desencaixe, ocasionando uma força adicional ao conjunto e chegando a quebrar o semi-eixo. Corrigindo isto, não ocorre a quebra, assegura.